sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Por que oramos? (II - A Missão)


Três dias atrás fazia eu uma consulta jurídica gratuita ao meu amigo Eli Medeiros. Depois dos assuntos técnicos a conversa resvalou para a IPB e temas da fé. “Nós não oramos para mudar a vontade de Deus e sim para nos conformar a ela”, disparou o eminente advogado. Concordei por impulso, como bom presbiteriano reformado, para quem a soberania do Altíssimo é um dos, senão o,  mais caro conceito teológico. Mas, quando saí, passei a refletir um pouco mais. Sem qualquer chance de vencer o debate, mas, uma perguntinha furou o meu balão reformado: e se a mudança de planos fizer parte do Plano?  E se mudar sua vontade estiver no âmbito de sua soberania? Por que o evangelho nos despistaria com coisas como “A oração da fé salvará o doente”; ou “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á”? Ou, por outra: “Pedis e não recebeis porque pedis mal, para esbanjardes em vossos próprios prazeres”; ou “E tudo o que pedirdes em meu nome, crendo, recebereis”; ou   “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.  Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento.  Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa.”. Faltaria espaço aqui para afirmações similares ao longo do NT.

Estaria em risco a soberania de Deus se ele mudar de planos dentro de seu Plano maior? Isso é a minha cabecinha humana funcionando dentro da lógica humana. Mas Deus segue sua própria lógica, a nós, na verdade, inacessível, ou melhor, acessível no exato limite da própria revelação. Acabava eu de ter esse pensamento quando lembrei-me que, no meio da conversa, o nobre edil disparara outra: “A revelação de Deus ao homem deu-se na exata medida da necessidade”.  Respirei aliviado! Fecho 100%. Pena que os teólogos (parte deles), embevecidos pelo fascinante estudo da revelação, creiam nisso por princípio, mas na prática, aparentemente, acabam por esquecer.  A Bíblia é a revelação completa do que Deus quis revelar. Então, fiquemos calmos, pois haveremos de ter muitas surpresas.  A responsabilidade de julgar o mundo é do Supremo Juiz. E ele julgará com justiça. E não vai precisar de advogado, infelizmente, para o meu caro amigo. De engenheiro, lá na frente,  talvez, quem sabe (há uma chance!); mas de advogado, com certeza, não!  Então, vamos orar! Porque, afinal, é uma ordenança: “Orai sem cessar”.  De minha parte continuarei a acreditar que Deus pode mudar de planos. Mas estarei sempre pronto a receber sua vontade contrária a meus pedidos e a oração vai servir para conformar minha vontade à d´Ele.

E você, o que pensa?  

Amanhã, na IPSL, teremos a jornada 12 horas de oração, das 08:00h às 20:00h. Vamos lá!

(Faustino Jr.)

Um comentário:

  1. Hoje estou com o módulo comentador ligado! Acho que é a solidão. Pois bem...
    Penso que a oração seja um mecanismo de relacionamento. Como estamos sempre em déficit e necessitados, seja de alguma coisa específica ou de um preenchimento de Graça em nossa alma, o evangelho é repleto dessa conotação do "pedir", "buscar", etc.
    Deus é magnânimo e benigno. Talvez essa seja uma forma de aproximação dÊle conosco em termos mais humanos, mais compreensíveis à nossa percepção, além de uma proposta de exercício da nossa fé. O que implica também em aprendizado quanto ao que pomos na mesa durante esse encontro espiritual.
    Assim vamos tomando forma com Sua vontade, lutando para compreender o incompreensível.

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